Martim Francisco nasceu em Santos, a 19 de abril de 1775 e,
assim como seus irmãos, José Bonifácio
e Antonio Carlos, iniciou seus estudos com o pai. Depois foi
para São Paulo, onde fez curso preparatório sob
a orientação de Frei Manoel da Ressurreição.
Em 1800 acompanhou José Bonifácio em viagem mineralógica
da Extremadura a Coimbra.
Formou-se bacharel em matemática pela Universidadede
de Coimbra.
Em 1804 foi nomeado Inspetor das Minas e Bosques da Capitania
de São Paulo.
Em março de 1820, com José Bonifácio, realizou
excursão em parte da Província de São Paulo
para explorar terrenos metalíferos, de cuja tarefa publicou
"Uma Viagem Mineralógica pela Província de
São Paulo" no Jornal das Minas.
Ainda em 1820 foi eleito pelo povo e tropas de São Paulo
para o Governo Provisório da Província e, juntamente
com seu irmão José Bonifácio, redigiu a
representação de 24 de novembro daquele ano, que
resultou no famoso dia do "Fico".
No entanto, as manobras do partido retrógrado da Província
para impedir a independência, sob liderança do
ex-Capitão-General João Carlos Auguto de Oeynhausen,
então presidente, conseguem a expulsão de Martim
Francisco, que é mandado preso para o Rio de Janeiro
sob a alegação de que teria sido responsável
pela "revolta do Chaguinhas" em Santos. Veja
mais em Independência
Entretanto, a prisão de Martim Francisco por seus conterrâneos
resultou em vitória pessoal pois, chegando ao Rio, foi
libertado pelo Príncipe Regente, que o convidou a ocupar
a Pasta da Fazenda, função que desmpenhou com
correção e brilhantismo.
Devido a seu desempenho como Ministro, após a independência
Martim Francisco é eleito Deputado à Assembléia
Constituinte pela Província do Rio de Janeiro.
Em julho de 1823 é derrubado o Ministério do qual
fazia parte e ele, assim como os irmãos, alista-se nas
fileiras da oposição, até que em novembro
do mesmo ano a Constituinte é desfeita e Martim Francisco
é preso e deportado para a França.
Em 1828 retorna ao Brasil, sendo detido numa prisão do
Rio de Janeiro e respondendo a processo do qual é absolvido.
Em 1830 é convidado por D. Pedro I a integrar o Ministério,
mas ele recusa. No mesmo ano é eleito Deputado pela Província
de Minas Gerais.
De 1837 a 1840 ele cumpre mandato de Deputado na Província
de São Paulo, sempre se colocando na oposição.
Por ocasião da abdicação de D. Pedro, foi
chamado para reorganizar o Ministério, quando assumiu
novamente a Pasta da Fazenda e o irmão Antonio Carlos
a do Império, onde permaneceram por nove meses, para
de novo passar à oposição ao Governo.
Viveu seus últimos dias em Santos, sua cidade natal,
e faleceu com 69 anos, a 3 de fevereiro de 1844, deixando muitas
obras editadas e diversos manuscritos. |