|
|
Gente que
fez história |
José
Martins Fontes
1884 - 1937 |
O "Zezinho Fontes", como era carinhosamente chamado
pelos santistas, nasceu em Santos a 23 de junho de 1884, filho
do Dr. Sylvério Martins Fontes e de Dona Isabel Martins
Fontes.
Sua primeira instrução foi dada por sua mãe,
e seu pai lhe ministrou os estudos preparatórios. Frequentou
os melhores colégios de seu tempo e depois ingressou
no Colégio Nogueira da Gama em Jacareí. Mais tarde
vai para o Rio de Janeiro, onde estuda no Colégio Alfredo
Gomes e depois cola grau pela Faculdade de Medicina, em 1906.
Martins Fontes começou a escrever aos 8 anos de idade.
Em 1892 publicava seus versos em um jornal manuscrito de nome
"A Metralha", do qual foram publicados 9 números
aos domingos e cujo cabeçalho em três cores era
feito por seu avô, o coronel Franscico Martins dos Santos.
A 1° de maio desse mesmo (1892) estréia o moço
poeta, recitando um hino a Castro Alves no Centro Socialista,
organização marxista-leninista criada por seu
pai.
Com 16 anos, ele lê uma ode de sua autoria na inauguração
do monumento comemorativo ao 4° centenário do Descobrimento
do Brasil, levantado próximo à biquinha em São
Vicente. |
|
Sua vida no Rio de Janeiro foi agitada e boêmia,
quando trabalhou em diversos jornais e revistas e conviveu
com homens como Olavo Bilac, Coelho Neto, Emílio
de Menezes e outros espíritos brilhantes da época.
Depois de formado foi médico da Comissão
das Obras do Alto Acre, interno da Santa Casa do Rio de
Janeiro, auxiliar de Oswaldo Cruz na profilaxia urbana,
médico da Santa Casa de Misericórdia de
Santos, médico da Beneficência Portuguesa
de Santos, Inspetor Sanitário em Santos e Diretor
do Serviço Sanitário.
Também foi médico da Sociedade Humanitária
dos Empregados no Comércio, da Companhia Segurança
Industrial, da Companhia Brasil, da Repartição
de Saneamento e da Casa de Saúde de Santos. |
|
Em Paris, para onde foi em 1914, fundou com Olavo Bilac uma Agência Americana para serviços de propaganda dos produtos brasileiros na Europa e em outros países.
Durante a epidemia de gripe de 1918 tornou-se um dos beneméritos
de Santos, desdobrando-se para socorrer os moradores dos bairros do Macuco
e Campo Grande, e estendendo sua ação para a cidade
de Iguape.
Quando o Dr. Júlio Prestes, presidente do Estado de São
Paulo e candidato à presidência da República,
partiu em viagem para percorrer os países da Europa,
Martins Fontes foi convidado para acompanhá-lo como médico
da caravana paulista.
Muito viajado, conheceu o Brasil de norte a sul, a Argentina,
Uruguai, Estados Unidos, França, Inglaterra, Espanha,
Itália e Portugal.
Escreveu durante toda a sua vida, trabalhando para os jornais
"A Gazeta" e "Diário Popular" em
São Paulo, e para o "Diário de Santos"
e o "Cidade de Santos". Sua obra, bastante volumosa,
soma mais de 70 títulos publicados em poesia e prosa,
além de algumas de caráter científico.
Foi titular da Academia de Ciências de Lisboa e, ao longo
de sua vida, recebeu os títulos de Comendador da Ordem
de São Thiago da Espada, Cavalheiro da Espanha, Par da
Inglaterra e Gran Cruz da Ordem de São Thiago da Espada,
conferido pelo Presidente da República de Portugal.
Faleceu a 25 de junho de 1937 e foi sepultado em Santos. |
|
índice |
|
|
|
|
|