Apesar de não ser santista de nascimento, este extraordinário
engenheiro sanitarista figura aqui em reconhecimento. Todo santista,
nato ou por adoção, tem com ele uma eterna dívida
de gratidão. Basta dizer que é dele o projeto
de urbanização das praias, com os belos jardins
que são um de nossos melhores cartões postais.
Francisco Saturnino Rodrigues de Brito nasceu em Campos, Rio
de Janeiro, a 14 de julho de 1864. Formou-se pela antiga Escola
Politécnica do Rio de Janeiro.
Abandonou a carreira profissional para combater em defesa da
República, no Batalhão Benjamin Constant.
Depois da proclamação da República, dirigiu
estudos para melhoramentos da cidade de Vitória, no Espírito
Santo. No ano seguinte participou da Comissão de Saneamento
do Estado de São Paulo, organizando os projetos de saneamento
das cidades paulistas de Campinas, Ribeirão Preto, Limeira,
Sorocaba e Amparo. Em 1898 encarregou-se dos projetos fluminenses
de Petrópolis, Paraíba do Sul, Itacoara e Campos.
Ainda realizou projetos parciais nas capitais de São
Paulo e Pernambuco e foi Diretor da Repartição
de Saneamento do Estado, em Santos.
Saturnino de Brito foi o projetista do extraordinário
plano de saneamento de Santos, de repercussão internacional,
iniciado em 1906 e inaugurado oficialmente em 21 de maio de
1914, em meio à grande festividade, com a inauguração
da Ponte Pênsil em São Vicente, construída
especialmente para sustentar os emissários do esgoto
de Santos. O plano de saneamento de Saturnino projetou a construção
de canais em direção ao mar e ao estuário,
livrando a cidade definitivamente da insalubridade e das epidemias,
assegurando a habitabilidade e o desenvolvimento da cidade e
do porto. Saiba
mais em Arquitetura - Saneamento
Saturnino ainda elaborou projeto de planejamento urbano para
a cidade que, além da disposição de ruas
e quadras a partir dos canais, previa a construção
de grandes áreas verdes das quais apenas foram implantadas
o Orquidário e os jardins da orla das praias. Veja
mais em Arquitetura - Urbanismo
Publicou diversos livros: "Apontamentos de Geometria Analítica"
(1882), "Teoria Lógica da Assimilação"
(1887) e "Esgotos das Cidades" (1901). Seus processos
técnicos foram adotados na França, Inglaterra
e Estados unidos. Sua vasta obra foi compilada em 23 volumes.
Faleceu em Pelotas, no Rio Grande do Sul, a 10 de março
de 1929. |