Nasceu em Santos, a 27 de abril de 1852, e fez seus primeiros
estudos em São Paulo.
Logo após a Guerra do Paraguai, foi para o Rio de Janeiro
e ingressou na Escola Militar como cadete, mas desistiu da carreira
militar e voltou a Santos, preferindo se dedicar ao comércio,
onde sempre trabalhou.
Identificando-se com o ideal da Abolição, entregou-se
totalmente a sua propaganda, arrastando seu amigo Guilherme
Souto e, por fim, todo o Partido Republicano.
Como os dois movimentos em Santos correram paralelos e às
vezes entrelaçados, Américo Martins participou
dos dois ativamente, na primeira seguindo Antonio Bento e na
segunda, secundando Silva Jardim, empreitada que lhe valeu até
ameaças de morte.
Foi um dos fundadores da Sociedade Emancipadora 27 de Fevereiro,
destinada a alforriar escravos, e um dos principais criadores
do Quilombo do Jabaquara.
Feita a Abolição, ele consagrou a Quintino de
Lacerda a Medalha de Mérito e lhe comprou algumas carroças
para que ele pudesse ganhar a vida.
Américo Martins foi um dos chefes do republicanismo em
Santos e um dos principais fundadores do Partido Republicano
Municipal. Mesmo sendo um admirador de D. Pedro II, era republicano
por patriotismo e espírito de evolução,
ponto de vista do qual se arrependeu mais tarde ao ver as instituições
sendo deturpadas pelos políticos dominantes.
Foi eleito Vereador em diversas legislaturas e ocupou o cargo
de Presidente da Câmara. Por ocasião da grande
epidemia de febre amarela que assolou Santos, quando então
estava na Câmara, teve papel de destaque nas lutas para
conter a doença.
Ainda como membro da Câmara, transmitiu a idéia
do saneamento de Santos ao conterrâneo Vicente de Carvalho,
então Secretário do Interior, que a incluiu no
programa do presidente da Província. Encomendou projeto
de saneamento a seu parente, o engenheiro Garcia Redondo, projeto
que foi aprovado pela Câmara, resultando no início
do saneamento de Santos.
Teve atuação marcante nas instituições
de beneficência de Santos, como o Asilo dos Órfãos,
o Asilo Anália Franco, a Beneficência Portuguesa
e outras.
Participou da última Câmara do Império e
da primeira da República, tendo sido eleito para mais
uma legislatura depois dessa.
Um dos últimos serviços que prestou a Santos foi
a salvação das praias, coibindo o aforamento a
estrangeiros que já se iniciava, a exemplo do Guarujá.
Faleceu em Santos, com 80 anos, a 23 de setembro de 1931, sob
a bênção especial do Papa. |