Gente que fez história
Bartholomeu Lourenço de Gusmão
1685 - 1724
Bartholomeu de Gusmão nasceu em Santos, em dezembro de 1685, filho de Francisco Lourenço e de sua mulher Maria Álvares. Realizou os primeiros estudos no Colégio dos Jesuítas da Vila de Santos, sob a orientação do jesuíta Alexandre de Gusmão. Depois disso o jovem Bartholomeu se transferiu para o Colégio de Belém, na Bahia, fundado pelo mesmo Alexandre de Gusmão, onde terminou o curso de Humanidades. Como prova de estima e gratidão ao mestre jesuíta, a família adotou o sobrenome Gusmão para os três filhos: Bartholomeu, Joana e Alexandre.
Cedo o jovem Bartholomeu de Gusmão demonstrou uma inteligência acima do comum. Em 1705 criou sua primeira invenção: uma máquina de pressão para elevar água. Sua genialidade se confirmou com outras invenções, consideradas avançadas para a época, como três sistemas de automação que aproveitavam os movimentos da embarcação como força motriz de bombas de drenagem que retiravam a água dos porões dos navios.
Bartolomeu de Gusmão em
quadro de Benedicto Calixto.
Em 1708, Bartholomeu partiu para Lisboa, a fim de aperfeiçoar seus conhecimentos. Ingressou na Universidade de Coimbra, onde estudou Filologia, Ciências Matemáticas, Física, Química, Mecânica e Ciências da Astronomia.

Em Portugal, Bartholomeu foi membro da Academia Real de Ciências de Lisboa e lente de Matemática na Universidade de Coimbra. Foi comissionado por D. João V, que o protegia, para resolver a sucessão da Casa de Aveiro e liquidar importantes negócios com o Vaticano.

Mas a invenção que notabilizou Bartholomeu de Gusmão foi o seu aeróstato, um balão movido a ar quente. No dia 8 de agosto de 1709 ele fez uma demonstração bem sucedida de seu invento para a Corte Portuguesa, usando um pequeno protótipo feito de papel. Em outubro do mesmo ano, ele realizou "a conquista do ar". A bordo de seu balão, ele saiu do pátio da Casa da Índia e pousou no terreiro do Paço Real.

A invenção de Bartholomeu causou espanto, mas também provovou a ira de fanáticos religiosos, que que atribuíram o feito a "parte com o diabo".
 
Bartholomeu de Gusmão apresenta seu aeróstato diante de D. João V,
a rainha D. Maria e a Corte Portuguesa, em 8 de agosto de 1709.
 
Bartolomeu de Gusmão não foi jesuíta, mas presbítero secular. Em Coimbra tomou o grau de Doutor em Cânones, sendo nomeado fidalgo Capelão da Casa Real e depois Escrivão da Ouvidoria de Ouro Preto, em julho de 1772.

Com a morte do rei D. João V e perseguido pelo Santo Ofício, fugiu para Toledo, na Espanha, onde morreu na miséria em 19 de novembro de 1824, aos 39 anos, deixando muitas obras editadas e inéditas. Ficou conhecido como "Padre aviador".
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