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Gente que
fez história |
Padre
José de Anchieta
1534 - 1597 |
Nasceu em 19 de março de 1534, em São Cristóbal
de La Laguna, na Ilha de Tenerife, arquipélago das Canárias,
então pertencente à Espanha. Era filho do fidalgo
basco João Lopez de Anchieta e de Dona Mência Dias
de Clavijo Llerema.
Sua primeira instrução é feita em casa.
Aos 14 anos vai para Portugal em companhia do irmão,
onde estuda humanidades e filosofia no Real Colégio de
Artes. Em 1550 ele se candidata ao Colégio da Companhia
de Jesus, em Coimbra, onde entra como noviço em 1551.
Em 1553 ele parte para o Brasil na expedição do
segundo Governador-Geral, Duarte Costa. No Brasil ele é
mandado para o sul, fazendo parte do grupo que funda o colégio
que deu início ao povoado de São Paulo de Piratininga.
Nessa época, os jesuítas eram ajudados por João
Ramalho. Em 1562, a Vila de São Paulo passa a receber
constantes ataques de tribos tamoias, sempre revidados por João
Ramalho com a ajuda do sogro, o cacique Tibiriçá,
de tribos amigas e de reforços de Santos e São
Vicente. No início de 1563, o Pe. Manoel da Nóbrega,
chefe dos jesuítas em São Vicente, resolve tentar
a paz com os tamoios, convidando Anchieta para a missão.
Os dois pacificadores partem de São Vicente no navio
de José Adorno em direção à Iperoig,
ao encontro da Confederação dos Tamoios. Os dois
permanecem como reféns dos índios enquanto Aimberê
e alguns índios partem com José Adorno para São
Vicente.
Depois de alguns dias, Nóbrega retorna a São Vicente,
ficando Anchieta sozinho com os índios, com grande perigo
de vida devido à instabilidade dos tamoios.
Durante as longas semanas em que permaneceu em Iperoig, José
de Anchieta escreveu, nas areias da praia, o poema "De
Beata Virgine Del Matre Maria", decorando seus 4.172 versos
em latim.
Algum tempo depois, o cacique Cunhambebe resolve que Anchieta
deve voltar e ele próprio o acompanha até São
Vicente, onde são recebidos com grande festa. A missão
durara um total de sete meses, mas a paz estava feita.
Porém, a paz não foi durável e os tamoios
voltam a atacar. Até que, em 1564, Estácio de
Sá chega a Santos pedindo reforços para guerrear
os franceses no Rio de Janeiro. Nóbrega, Anchieta e José
Adorno conseguem muita gente para reforçar a armada,
entre mamelucos e índios amigos, e acompanham a esquadra
em direção ao Rio, onde logo tem início
as batalhas. Em 1566 Anchieta parte para Salvador para informar
Mem de Sá da situação e aproveita a oportunidade
para se ordenar sacerdote por Dom Pedro Leitão, bispo
de todo o Brasil. Anchieta tinha 30 anos.
Depois de 3 meses ele parte com Mem de Sá para a retomada
definitiva do Rio de Janeiro aos franceses. Expusos os franceses
e os tamoios que a eles tinham se aliado, Mem de Sá implanta
ali o povoamento de São Sebastião do Rio de Janeiro.
Nóbrega e Anchieta retornam para São Vicente,
para voltar ao Rio novamente em 1567.
Em 1570, com a morte de Manoel da Nóbrega, Anchieta assume
o Colégio do Rio como reitor até 1573. Depois
segue para a Bahia com o Pe. Vicente Rodrigues, mas naufragam
durante a viagem, perto da foz do rio Doce, e seguem a pé
até Vitória, onde erguem a igreja de São
Thiago.
Anchieta parte novamente para o Rio para assumir a reitoria
do colégio. Em 1574 vai para São Vicente, onde
inicia a catequese dos tapuias junto com Pe. Manoel Viegas.
Em 1577 Anchieta é nomeado provincial do Brasil, o mais
alto cargo da Companhia de Jesus na colônia. Nesse cargo
ele é obrigado a visitar todas as casas jesuíticas
do país. Mesmo como provincial, continua a fazer suas
viagens a pé e descalço.
Em 1584 ele escreve a Roma pedindo substituição,
o que só consegue três anos depois, quando já
estava doente e cansado. Seu sucessor quer que ele vá
para o Rio, mas ele prefere suas aldeias de índios. Vai
para Reritiba, no Espírito Santo. |
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Em 1593 é nomeado superior do colégio
da Vila de Vitória, de onde consegue dispensa dois
anos depois, voltando para Reritiba. Volta ao cargo em
Vitória novamente e, em 1597 está de volta
a Reritiba, onde morre no mesmo ano, aos 63 anos, sendo
44 deles de serviços ao Brasil.
José de Anchieta era moreno, baixo, muito magro
e meio torto devido a um desvio de coluna e, em suas andanças,
andava sempre descalço, a barra da batina arregaçada.
Andou por grande parte do Brasil. Foi professor, catequista,
poeta, linguista, teatrólogo, médico, cozinheiro,
sapateiro, pregador, padre diretor de colégio,
confessor, provincial, diplomata e fundador de cidades.
Chamado o "Apóstolo do Brasil", foi beatificado
em 1980. |
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